Carlos Moura, director da Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, no Brasil desde Abril 2012, diz que são cada vez mais as pequenas e médias empresas (PME) a pedirem apoio naquele país.
Segundo aquele responsável, a Aicep Brasil “orienta-as no caminho que entende ser o mais correto, como, por exemplo, na abertura de uma empresa no Brasil e na escolha de parceiros de negócio”.
Carlos Moura, também conselheiro económico e comercial junto da Embaixada de Portugal no Brasil, é um dos oradores do fórum internacional Investe Nordeste, um evento empresarial destinado a investidores que queiram entrar no mercado nordestino brasileiro, do qual o OJE é media partner. O fórum terá lugar no Centro de Convenções do Recife, no estado de Pernambuco, nos dias 25 e 26 de Novembro.
O principal objetivo do Investe Nordeste, é ajudar a criar uma atmosfera favorável para investidores internacionais interagirem melhor com altos executivos nacionais e entidades governamentais brasileiras. A expetativa é que sejam formalizadas parcerias/sinergias com entidades nacionais e internacionais que tenham interesse em investir no Nordeste brasileiro e também assinado um número significativo de protocolos de entendimento entre as partes presentes.
Mais informações estão disponíveis no endereço http://investenordeste.com.br.
Como tem corrido a atividade da Aicep no Brasil?
A atividade da Aicep no Brasil nos últimos dois anos, tem sido intensa e muito dinâmica.
O que têm feito para ajudar as empresas portuguesas?
Toda a atividade da Aicep tem-se centrado no apoio às empresas portuguesas. Esta ajuda vai desde a disponibilização de informação de mercado (geral e setorial) e regulamentar, na conceção de ações de promoção, no estabelecimento de parcerias entre empresas portuguesas e brasileiras, na indicação de potenciais compradores para bens e serviços portugueses e na disponibilização de contatos essenciais no mercado – políticos e empresariais.
Empresários contatados pelo OJE dizem que a relação com a Aicep melhorou muito nos últimos quatro anos, que agora já podem “bater à porta” da Aicep no estrangeiro e que são atendidos e ajudados. Tem tido muitos pedidos de apoio?
As solicitações das empresas portuguesas à Aicep no Brasil têm sido muito numerosas e diversificadas.
Pode exemplificar alguns e de que forma a Aicep Brasil ajudou esses empresários?
Muitas pequenas e médias empresas (PME) portuguesas que decidem vir para o mercado brasileiro e ainda têm pouco conhecimento do mesmo dirigem-se à Aicep Brasil e esta orienta-as no caminho que entende ser o mais correto, como, por exemplo, na abertura de uma empresa no Brasil e na escolha de parceiros de negócio. Outras aproximam-se da Aicep solicitando informação sobre potenciais compradores, como, por exemplo, autoridades locais para compra de sistemas de tecnologias de informação. Outras, nos processos de certificação e registo junto das autoridades estaduais e federais, etc.
A Aicep Brasil tem em preparação, ou prestes a lançar, alguma nova forma de apoio aos nossos empresários?
Este apoio aos empresários é contínuo.
Quais os setores de atividade que mais pedem apoio à Aicep no Brasil?
Empresas do setor alimentar e vinhos, bens industriais, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e serviços.
O que pensa do peso das relações comerciais entre o Brasil e Portugal?
Existe espaço para um maior crescimento do comércio entre os dois países, em especial no que se refere às exportações portuguesas de bens e serviços para o Brasil.
Há espaço para aumentar essas relações?
Sim
Porquê?
Porque o mercado do Brasil é muito vasto, tem muito potencial de compra e Portugal de venda.
O fazer para as aumentar?
Mostrar que os produtos e serviços portugueses são de primeira qualidade a preços competitivos face aos nossos concorrentes.
O que é preciso fazer para aumentar as trocas comerciais entre os dois países e quais os produtos e serviços que terão maior probabilidade em que isso aconteça?
Aumentar o investimento no mercado em termos de promoção, em termos empresariais e em termos políticos.
Como orador no Fórum Investe Nordeste, que conselhos daria aos empresários que queiram investir no Brasil?
Sendo um mercado para profissionais, uma grande preparação é essencial.
E mais propriamente no Nordeste brasileiro?
Trata-se de um mercado com amplo potencial onde a escolha do parceiro certo é decisiva para o negócio correr bem
Quais as vantagens e as desvantagens da região para os empresários? É preferível avançar para as trocas comerciais ou entrar fisicamente no mercado brasileiro?
Depende do tipo de empresa, de negócio, de produto, de serviço e da experiência internacional.
Por Carlos Caldeira