A questão é levantada pelo jornal catalão Sport e pelo El Confidencial. Por que razão terão as notícias que davam conta da acusação de fraude fiscal a Cristiano Ronaldo mostrado apenas o jogador luso a envergar a camisola da Seleção Nacional?
Num artigo intitulado “A caverna esconde a camisola do Real Madrid no ‘caso Cristiano’”, o catalão Sport afirma que os jornais As, Marca, El País, El Mundo, ABC e La Razón publicaram apenas imagens de Ronaldo com a camisola da turma das quinas.
Lluís Mascaró, jornalista que assina o artigo, acrescenta que “a camisola do Real Madrid não existe para a caverna mediática quando se trata de informar, ainda que seja pouco, sobre a suposta fraude de Cristiano Ronaldo”. E compara o caso com o de Lionel Messi, que terminou com a condenação do argentino.
“Quando o protagonista da polémica foi Messi (com uma quantidade defraudada muito menor: 4,1 milhões de euros), em todas as capas apareceu vestido de Barcelona. Coincidência ou influência de Florentino Pérez na comunicação social? Julguem vocês mesmos…” conclui o jornalista.
E foi isso mesmo que fez o El Confidencial, que afirma que o clube madrileno terá feito um pedido a vários órgãos de comunicação espanhóis: “Vejam se podem trocar a foto do Cristiano para uma em que não apareça com a camisola do Real Madrid”, diz o El Confidencial.
Para não ver o seu nome envolvido com as acusações de fraude, o clube de Florentino Pérez terá também pedido que Ronaldo fosse referido como “jogador português” e não como um dos capitães do Real Madrid.
Sem se referir a estas alegações, o clube de Madrid emitiu esta quarta-feira um comunicado em que diz apoiar totalmente o jogador luso e estar “absolutamente convencido da sua inocência”.
“O Real Madrid mostra plena confiança no nosso jogador Cristiano Ronaldo, que entendemos que tenha atuado conforme a lei aquando do cumprimento das suas obrigações fiscais”, pode ler-se no comunicado, onde o Real diz esperar “que a justiça atue da forma mais rápida possível para que seja mostrada a sua inocência o quanto antes”.