A Grécia não fecha a porta a uma linha de crédito cautelar em caso de saída antecipada do programa de assistência financeira, declarou o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, em Milão.
Uma linha de crédito “que proteja o país de eventuais perturbações nos mercados, num momento em que a economia mundial mostra sinais de abrandar, faz parte de negociações”, com os parceiros da Grécia, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse Samaras, reafirmando que o país não necessita de um novo resgate.
As declarações de Samaras surgem depois de nos últimos dias se ter registado alguma agitação nos mercados, com perdas na bolsa de Atenas e os juros das obrigações gregas a 10 anos a subirem, mas a registarem hoje uma descida.
Recentemente, Atenas tem dado a entender que após o fim do programa de ajuda europeia, no final deste ano, pode antecipar também a saída do programa do FMI, que só deveria terminar em 2016.
“As negociações neste momento são sobre a forma de o país avançar de maneira segura (…) na era pós-memorando”, referiu Samaras.
Num clima de incerteza política na Grécia e com a eventualidade de eleições antecipadas no início de 2015, que podem ditar a vitória do Syriza (partido de esquerda radical que se opõe à austeridade), o primeiro-ministro reiterou a necessidade de “estabilidade política e de desenvolvimento”.
A Grécia está sob assistência financeira desde 2010, com dois empréstimos no valor total de 240 mil milhões de euros concedidos em troca de duras medidas de austeridade acordadas com a ‘troika’ de credores (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).