Vender em maio e abandonar (ou sell in May and go away, em inglês) é uma velha máxima do investimento. Tentar perceber se foi a expressão que resultou na tradicional baixa liquidez nos mercados em junho ou se foi o fenómeno que suscitou o dizer, é quase como discutir se nasceu primeiro a galinha ou o ovo.
No entanto, há várias explicações para a tendência. Junho é historicamente um mês negativo para as ações norte-americanas, sendo que desde 1950 que apenas agosto e setembro têm tido retornos médios piores, segundo uma publicação da corretora LPL Financial. Nos últimos 10 anos, apenas janeiro registou valores mais baixos do que junho.
A estratégia de vender ações em maio baseia-se na convicção de que assim os investidores fogem da maior volatilidade entre maio e outubro. No entanto, a expressão vai ainda mais longe. “Sell in May and go away” é uma versão mais curta de um ditado que continua “and come on back on St. Leger’s Day” (e volta no dia de St. Leger, ou seja, na altura em que se realiza uma corrida de cavalos com o mesmo nome em setembro).
A referência é ao costume aristocrata da sociedade britânica de sair de Londres durante a época de calor e voltar para o famoso evento. A expressão é britânica, mas estende-se aos investidores norte-americanos, que têm por seu lado pausas para celebrar o Dia do Trabalho e o Dia da Independência. Assim, a tradição mantém-se, com os mercados a registarem menor liquidez durante os meses de calor e a retomarem o investimento no inverno.
Over the last 10 years, June has been the second WORST month for stocks. This from @RyanDetrick https://t.co/iP7ij4Zd9v$SPY $VOO $VIX pic.twitter.com/YpGH8NJQNq
— StockTwits (@StockTwits) June 6, 2017