Em declarações prestadas à margem da conferência “Viva Technology”, em Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, revelou a sua visão para a França à Reuters. Macron declarou a sua vontade de revolucionar a França, com o intuito de que o país passe a “pensar e agir como uma start-up”.
Defendendo que o Estado deve ser um facilitador, e não um constrangimento, da inovação e do empreendedorismo, Macron afirmou a sua intenção de reformular as leis laborais francesas para dar mais poder de decisão às empresas, ao mesmo tempo que diminuirá a sua carga fiscal.
A Reuters adianta ainda que Macron terá dito que pretende limitar o imposto sobre a riqueza, que passará a cobrir apenas as propriedades, com o intuito de ajudar as empresas. Para o mesmo fim, o presidente francês quer criar um único escalão de 30% no imposto sobre os rendimentos das empresas.
“Quando um empreendedor tem demasiado sucesso é estigmatizado e, regra geral, é taxado. Isso acabou!”, disse Macron para a plateia de fundadores de start-ups, investidores e estudantes, gerando aplausos. E acrescentou: “Por toda a parte, homens e mulheres querem inovar. A França está a tornar-se uma nação de start-ups.”
O setor das start-ups francês tem vindo a ganhar tração, com o crescimento dos investimentos por parte de grupos de investimento de risco e com as expectativas da chegada de um governo “amigo das empresas”, uma vez que o LREM, o partido liderado por Macron, lidera as sondagens das legislativas francesas do próximo domingo por uma larga margem. Exemplo deste crescimento é a intenção de o Bpifrance, o banco de investimento estatal, aumentar o seu fundo de investimento para mil milhões de euros, segundo responsáveis do banco disseram à Reuters.
Macron, que durante a sua campanha prometeu um investimento de 10 mil milhões de euros na inovação do país, afirmou ainda que a França precisa de passar por uma transformação tecnológica, mas também social, em todos os setores de negócio. “Iniciaremos esta transformação sem demora”, prometeu Macron, acrescentando: “Vocês não esperam, porque os vossos concorrentes também não esperam”.