O evento arrancou a 1 de junho e decorre até hoje. Focado na música popular contemporânea, segue o modelo de divulgação de festivais como The Great Escape, no Reino Unido, Eurosonic, nos Países Baixos ou MaMa, em França. É um “Web Summit da música” que aposta na partilha de networking.
Com um cartaz com mais de 50 artistas como B Fachada, Capitão Fausto, Linda Martini, PAUS, Sensible Soccers, Benjamim e You Can’t Win Charlie Brown, os espétaculos repartem-se pelos espaços do Musicbox, Sabotage, Lounge, Tokyo, B.Leza e Roterdão, numa Lisboa que recebe produtores, programadores, jornalistas e personalidades da indústria. Mas o evento, além dos painéis de discussão voltados para temas da atualidade da indústria da música, tem como objetivo fazer negócios.
A convenção “cria ferramentas para que os contratos se realizem, não só através da partilha de contactos, mas também com speed meetings”, explica Gonçalo Riscado, gestor cultural e diretor da CTL, coprodutora do MIL. O festival distingue-se por englobar os artistas de países de língua portuguesa, uma conjugação “necessária pela escala de Portugal, que é pequena e torna difícil a apresentação de novos conteúdos anuais que mantenham o interesse dos internacionais” na exportação da música popular contemporânea de língua portuguesa. “Portugal não tem um export office de apoio à internacionalização, é quase o único país que não tem”, daí a importância do MIL e da sua implementação, refere ainda Gonçalo, justificando que a internacionalização é fundamental para que “possa haver mais artistas a viver da música”.
A participação de países como o Brasil adiciona potencial, traz quantidade e qualidade, e “pode também fazer de Lisboa um ponto muito interessante para profissionais da música. O mercado da música e da exportação da música portuguesa ainda continua muito ligado a géneros muito específicos. Registos que vão buscar a um estilo de produção que bebe muito das raízes da cultura dos países de língua portuguesa, e que conseguiu criar um produto original que depois conquistou grandes mercados”, como o Fado, ou fenómenos isolados como os Buraka Som Sistema, explica o responsável.