Para 2017, espera-se que o PIB registe globalmente um aumento para 3,3%, face aos 3,1% do ano anterior. Esta recuperação moderada é essencialmente justificada com fim da recessão em países como o Brasil e Rússia. É também de referir a retoma da atividade económica nos EUA.
De acordo com o estudo divulgado pela consultora Worx, o mercado imobiliário será guiado, ao longo do ano, por fatores económicos chave como a inflação. A influência desta incide nas matérias-primas, em que está previsto um aumento na ordem dos 2% nos EUA, mais de 3% no Reino Unido e cerca de 1% na zona euro. Esta é uma boa notícia para o mercado do arrendamento, no sentido em que há margem para continuar a crescer nos próximos anos.
Segundo o relatório, neste cenário, liderado pela procura contínua de ativos seguros e por expectativas moderadas de crescimento das taxas de juro a 10 anos, é de esperar que as yields no mercado de escritórios continuem em queda, especialmente na Europa continental. Neste sentido, é expectável que o mercado de investimento continue em crescimento.
Yield em Lisboa e Porto atingiu 5,5% no 1º trimestre
A par desta tendência, encontra-se o mercado nacional de investimento, com especial foco em Lisboa e Porto. No primeiro trimestre de 2017, a prime yield no segmento de escritórios atingiu os 5,5%, alimentando um desempenho positivo.
“Este segmento apresenta-se muito atrativo para investidores devido aos bons resultados alcançados pelo mercado ocupacional e continuará a sofrer pressão pela escassez de ativos de qualidade em localizações consolidadas”, revela o estudo da consultora.
Para além do setor de escritórios, o setor da reabilitação urbana e hotelaria continuarão a exercer um enorme peso na atração de investimento estrangeiro.
Também a consultora JLL divulgou os resultados dos primeiros meses do ano e revelou que o volume de investimento no 1º trimestre de 2017 terá rondado os 15 mil milhões de euros, em linha com o mesmo período do ano passado. A procura por escritórios deverá manter-se forte ao longo do ano, apesar da falta de oferta.
Num contexto de baixas taxas de juro, crescimento lento e yields reduzidas, adquirir escritórios na Europa vai exigir maior criatividade por parte dos investidores, refere o relatório.
Peter Hensby, Head of Offices Capital Markets, EMEA, da JLL, salienta que “o imobiliário continua a atrair um volume significativo de capital devido à sua performance sólida face a classes de ativos alternativas, num contexto de baixas taxas de juro, crescimento lento e yields reduzidas. Mas a concorrência é forte e os investidores não podem limitar-se a ficar à espera. Têm de ser mais criativos nos seus movimentos de acesso ao mercado, quer isso implique compreender a transformação urbana através das infraestruturas, quer olhar para a atividade de promoção no continente europeu, quer considerar atividades de fusões e aquisições ou desinvestimentos não estratégicos”.