Em investidas para tomar controlo de uma empresa, é habitual que o comprador seja obrigado a incluir na oferta um prémio extra. O caso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges à EDP não deverá ser exceção. Se esse adicional for de 30%, valor que os analistas consideram justificado pela importância estratégica da EDP, a avaliação da empresa liderada por António Mexia dispara para 14,26 mil milhões de euros, face aos 11,92 mil milhões subjacentes à oferta preliminar.
“Um prémio de controlo é o excesso, face ao valor de mercado das ações, que o comprador está disposto a pagar para convencer o vendedor a ceder-lhe o domínio da gestão da empresa”, explica Paulo Rosa, economista e senior trader do Banco Carregosa. “A cotação das ações não espelha esse domínio, pelo que quem perde o controlo exige algo que compense abdicar desse poder”.
Antes do anúncio da OPA, a 11 de maio, as ações da EDP negociavam nos 3,11 euros, quase 5% menos que os 3,26 euros oferecidos pelos chineses. Desde então, o título tem transacionado na casa dos 3,40 euros. Fontes do núcleo acionista da EDP afirmaram ao Jornal Económico, na semana passada, que a administração deverá pedir um prémio de controlo de 20% a 30%, ou seja, um preço de compra entre 3,60 e 3,90 euros.
Artigo publicado na edição semanal do Jornal Económico. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor