O momento económico e financeiro é favorável nos Estados Unidos e não está prestes a mudar, na perspetiva do Bankinter. O head of research do banco, Ramón Forcada (RF), esteve em Lisboa para apresentar o outlook para o segundo semestre, e ao lado do analista de mercados para Portugal João Pisco (JP), explicou ao Jornal Económico antecipar que a guerra comercial se torne num conflito bilateral com implicações negativas apenas para a China.
Em que é que se foca o outlook para o segundo semestre?
RF: É uma situação mais dura do que estávamos à espera, embora já tenhamos transmitido em dezembro que este ano seria diferente, com rendibilidades mais baixas porque há um processo de normalização da economia e do mercado. A fase explosiva da recuperação já passou. Não podemos esperar uma recuperação económica nem do mercado que seja também explosiva. Há uma perspetiva diferente de enfrentar o mercado porque temos obrigações que não estão a oferecer rendibilidade suficiente, sobretudo em termos de rácio entre rentabilidade e risco, com juros muito baixos na zona euro.
Nos EUA, não. Agora as Obrigações do Tesouro norte-americano oferecem entre 2,4% e 2,9%. Mas não na Europa. Porque eles já estiveram a normalizar nos últimos dois anos e nós, na Europa, estamos a começar agora. Provavelmente só em 2019. Os bancos centrais estão a fazer uma mudança muito relevante e os juros, na Europa, podem subir, em 2019, para positivo. Mas será só algumas décimas – entre -0,20% e -0,10% -, mas será muito relevante para a economia porque as margens deixarão de ser negativas e passarão a positivas. Agora, toda a indústria financeira está a trabalhar com margens negativas. É a única indústria do mundo que tem margens de negócio negativas e isso está a mudar.
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