Uma empresa vietnamita vai investir 200 milhões de euros em Paços de Ferreira para montar uma fábrica especializada na produção de semicondutores, foi anunciado naquela cidade.
Segundo Miguel Nunes, representante da empresa em Portugal, é expectável que a unidade industrial possa gerar 500 postos de trabalho diretos, a maioria engenheiros, e várias centenas indiretos.
Falando em conferência de imprensa, acompanhado da empresária vietnamita que lidera o projeto, o representante português prometeu que a unidade começará a operar (fase de testes) dentro de seis meses, anunciando-se que em nove meses a unidade possa atingir os 30% da sua capacidade de produção. A capacidade máxima será alcançada em 2019.
O retorno do investimento deve ser alcançado em sete anos, prevendo-se que o crescimento da procura daquele tipo de produto seja “exponencial” nos próximos anos, previu, sobretudo por apenas existirem duas fábricas do género na Europa.
“A venda [do produto] é muito fácil, só que é preciso muito capital para abrir”, disse, frisando que só para maquinaria serão necessários 150 milhões de euros.
O arranque da empresa vai ser feito com a importação de técnicos estrangeiros, sobretudo norte-americanos, que darão formação aos novos recursos humanos contratados, incluindo vietnamitas que ingressarão noutra unidade que a empresa está a preparar naquele país.
A unidade de produção portuguesa vai ocupar a totalidade do atual pavilhão de exposições de Paços de Ferreira (15.000 metros quadrados), mediante um acordo de cedência do espaço, o que já está a ser negociado com a Associação Empresarial de Paços de Ferreira, segundo avançou hoje o presidente da câmara, Humberto Brito.
O edil adiantou que o espaço ocupado pela associação empresarial terá uma nova localização em Paços de Ferreira, incluindo a área reservada às exposições. O autarca recusou avançar mais dados sobre essa questão.
À área existente, serão acrescentados cerca de 5.000 metros quadrados para criar uma “Sala limpa”, essencial para a produção de semicondutores.
O representante da empresa explicou a escolha de Paços de Ferreira por ter sido o município, entre os vários contactados, que apresentou melhores condições, sobretudo por disponibilizar um espaço que pode ser adaptado rapidamente, acelerando o arranque da laboração.
As boas acessibilidades, a existência de muita mão-de-obra qualificada desempregada na região e a proximidade com as universidades do Porto e do Minho foram outros fatores que pesaram na decisão.
O projeto prevê criar um centro de excelência em semicondutores que formará engenheiros de vários países.
O presidente da câmara, Humberto Brito, sublinhou a importância daquele investimento para o seu concelho, ao garantir muitos postos de trabalho.
O autarca agradeceu o apoio prestado pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e pelo presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho.