Os ex-presidentes da Caja Madrid Miguel Blesa e Rodrigo Rato poderão ter bens penhorados caso não consigam depositar fianças de 16 milhões e três milhões de euros, respetivamente, impostas por um tribunal espanhol.
Blesa e Rato foram ouvidos na semana passada como arguidos pelo juiz Fernando Andreu, que está a investigar o processo sobre gastos não declarados em cartões de crédito utilizados por 86 dirigentes da entidade.
Os dois estão a estudar recursos, tendo Blesa visto já rejeitada pelo tribunal uma tentativa de que a sua fiança fosse paga pela seguradora Mapfre, que era, na altura da sua presidência, a seguradora da Caja Madrid.
Andreu considerou que ambos consentiram e propiciaram o uso indevido de fundos da entidade através de um sistema de cartões de crédito cujos gastos se contabilizaram de forma encoberta para evitar controlos fiscais.
No auto sobre o caso, considerou haver indícios suficientes de que ambos cometerem delitos de administração danosa.
O juiz – que ouviu queixas da procuradoria anticorrupção e do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) – os dois arguidos “autorizaram e consentiram” a entrega e uso dos cartões aos conselheiros e direitos da Caja Madrid bem como os gastos totais realizados, de 15,25 milhões de euros.
Blesa, presidente da Caja Madrid de 1996 a 2009, e o ex-ministro espanhol da Economia Rodrigo Rato, terão que apresentar fianças de 16 milhões e três milhões de euros, respetivamente, por estes gastos.
Os dois têm até à próxima quarta-feira para evitar a penhora, caso paguem as fianças, que englobam uma garantia para cobrir eventuais responsabilidades civis e multas que possam vir a ser-lhes aplicadas, se forem considerados culpados por terem autorizado os gastos de 15,25 milhões de euros, entre 1999 e 2012, enquanto presidiam à Caja Madrid.
Segundo a acusação, beneficiaram dos cartões 86 ex-responsáveis da entidade bancária, incluindo 28 conselheiros nomeados pelo PP, 15 pelo PSOE, quatro pela IU, 10 pelos sindicatos e outros tantos pelas organizações patronais.