O Tesouro volta esta quarta-feira aos mercados para emitir até 1.250 milhões de euros em dívida de médio prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, deverá conseguir condições de financiamento favoráveis, a beneficiar do recente alívio nos juros negociados no mercado secundário.
Por volta das 10h30, o IGCP vai realizar dois leilões de Obrigações do Tesouro (OT) com maturidades em 17 de outubro de 2022 e em 14 de abril de 2027. Os leilões de dívida a cinco e 10 anos acontecem numa altura em que os juros da dívida nacional estão já longe dos 4% que ameaçaram no início do ano.
Portugal tem beneficiado de um reforço da confiança no país, bem como da diminuição do risco na zona euro. No mercado secundário, as taxas de juros benchmark, ou seja a 10 anos, caíram ontem para próximo de 2,94%. Já no prazo a cinco anos, os juros rondaram os 1,34%.
No último leilão de OT com as mesmas maturidades, que aconteceu a 10 de maio, o IGCP emitiu o montante máximo indicativo – 1.250 milhões de euros – com taxas de juro mais baixas do que em anteriores leilões.
Nessa altura, o IGCP emitiu 632 milhões de euros em OT a 10 anos, tendo pago uma taxa de colocação foi de 3,386%. Na maturidade mais curta, o Tesouro emitiu 618 milhões de euros em OT a cinco anos e conseguiu uma taxa de colocação de 1,828%. A procura na maturidade benchmark foi de 1,92 vezes a oferta e de 2,03 vezes nas bonds a cinco anos.
Estes leilões acontecem apenas dois dias antes da agência de notação financeira Fitch rever o rating de Portugal. Atualmente em BB+, ou seja no primeiro nível de ‘lixo’, é pouco provável que o rating da República seja alterado na próxima sexta-feira já que tem perspetiva estável. No entanto, a Fitch poderá premiar Portugal com uma revisão em alta do outlook.