Portugal foi ao Canadá apresentar as quatro primeiras medidas tomadas pela Aliança para a Descarbonização dos Transportes (TDA, na sigla em inglês), um movimento criado na semana passada, em Leipzig, durante o Fórum Internacional dos Transportes (ITF).
As primeiras decisões da TDA passam por ações de lobbying e de vincar posições junta de organizações internacionais. Assim, como explica o Ministério do Ambiente português, em comunicado, o movimento irá tomar posição junto da Comissão Europeia sobre o novo regulamento que estabelece as regras de emissões para veículos ligeiros de passageiros e comerciais.
De seguida, a TDA iniciará um processo de advocacia eficaz nas Nações Unidas, Comunidade Europeia, C40, G7 e G20, “para demonstrar que a descarbonização dos transportes é tecnicamente viável, economicamente apelativa e capaz de proporcionar benefícios sociais e ambientais, ao partilhar as melhores práticas”.
No Canadá, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Gomes Mendes, vai dizer também que a TDA já selecionou a primeira “Comunidade de Interesses”, que será dedicada à “Logística Urbana Verde” e terá a coordenação da Holanda. Depois, está já em preparação o “Roteiro TDA para a Descarbonização dos Transportes”, que será apresentado na primeira semana de setembro.
Estas iniciativas vão ser apresentadas na Movin’On – Conferência Mundial sobre Mobilidade Sustentável, que decorre em Montreal até sexata-feira, dia 1 de junho.
TDA como forum mundial
A Aliança para a Descarbonização dos Transporte foi lançada a 24 de maio, durante o Fórum Internacional dos Transportes (ITF), que se realizou em Leipzig, na Alemanha, com a presença do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente e ‘chairman’ da TDA, José Gomes Mendes, da Ministra dos Transportes da Finlândia, Anne Berner e representantes dos países, cidades e empresas que a compõem.
A TDA é composta atualmente por seis países (Costa Rica, Finlândia, França, Luxemburgo, Holanda e Portugal), cinco cidades (Roterdão, Lisboa, Porto, Gaia, Matosinhos), seis empresas (Alstom, CEiiA, EDP, ITAIPU Binacional, Michelin, e PTV).
“Os membros da TDA comprometem-se a trabalhar em conjunto para acelerar a descarbonização do setor de transportes, cujas emissões provocadas correspondem a 25% das emissões totais de gases com efeito estufa, contribuindo, assim, para o cumprimento do Acordo de Paris para as Alterações Climáticas, que ambiciona uma economia com emissões líquidas zero na segunda metade do século”, destaca o Ministério do Ambiente.
O mesmo documento aponta que “é ambição da TDA tornar-se o fórum mundial mais visível e influente de cooperação pública e privada, para garantir que todos os setores dos transportes contribuem para os objetivos do Acordo de Paris”.
“A Aliança para a Descarbonização dos Transportes baseia-se nos compromissos e na ambição assumida por chefes de Estado, presidentes de Câmara e CEO, numa iniciativa inédita, que junta num esforço comum e coordenado países, cidades e empresas, de descarbonizar os transportes antes de 2050, visando as emissões de todos os meios de transporte de passageiros e de mercadorias, incluindo transportes terrestres, aéreos e marítimos”, conclui o referido comunicado.