Em comunicado ao mercado, a que o Jornal Económico teve acesso, a Fosun veio dizer que “a empresa não tem qualquer informação que deva ser anunciada para evitar a especulação no mercado dos valores mobiliários, nem qualquer informação privilegiada que precise de ser revelada no âmbito da leis de Hong Kong. As operações da empresa permanecem as habituais”.
Um dado relevante é que o comunicado ao mercado é assinado pelo presidente (Chairman) da Fosun, Guo Guangchang.
Este comunicado emitido para esclarecer os investidores surge depois de notícias que dão conta que a autoridades da China investigam exposição bancária da Fosun e dos chineses da TAP.
Segundo o Financial Times o regulador para a banca chinês, o China Banking Regulatory Commision (CBRC), está a investigar o “risco sistémico” que os empréstimos de vários bancos chineses a grandes empresas portuguesas podem representar para a economia do país. As autoridades chinesas estão preocupadas com o aumento da desvalorização da moeda (o yuan) e querem reduzir as compras milionárias por parte de empresas nacionais a outros países.
Contas feitas, a compra de ativos no mercado externo por empresas chinesas nos últimos três anos, desde 2014, soma um investimento de 60 mil milhões de dólares (quase 54 mil milhões de euros).
Segundo avança o jornal britânico ‘Financial Times’, em causa estão os “métodos financeiros criativos” usados nas compras feitas pelos conglomerados de investimento Fosun (maior accionista do BCP em Portugal), HNA Group (empresa chinesa que detém parte da ações da TAP), Dalian Wanda Group e Zhejiang Rossoneri, assim como da seguradora Anbang (que queria comprar o Novo Banco).
O jornal escreve que a investigação pode estar relacionada com questões políticas, tendo em conta que estas empresas têm uma forte presença nos diferentes quadrantes políticos. A investigação acontece depois de o presidente do Anbang, Wu Xiaohui, ter sido detido no início de junho por suspeitas de corrupção e manipulação do mercado.
A investigação já fez afundar de algumas destas empresas em bolsa na abertura da sessão desta quinta-feira. A Fosun International chegou a cair 9,6% na bolsa de Hong Kong e a Dalian Wanda chegou a tombar 9,9% na bolsa de Shenzen esta quinta-feira.