O presidente do Centro Pinus traça um cenário de catástrofe para toda a fileira empresarial do pinheiro bravo em Portugal, na sequência dos fortes incêndios verificados em Portugal nos últimos anos. Numa entrevista exclusiva ao Jornal Económico, o presidente do Centro Pinus, João Gonçalves, antevê o fecho de empresas, o aumento do desemprego e maiores riscos de desertificação do interior do país, num setor dominado por empresas familiares. Para este responsável, a única solução seria investir 25 milhões de euros por ano durante os próximos 15 anos na reflorestação do pinhal bravo em Portugal, além da necessidade de tratar o pinhal que regenerou de forma natural após os últimos incêndios .
Qual é a importância da fileira do pinho em Portugal hoje?
A fileira do pinho é a mais importante do sector florestal em Portugal. Segundo um estudo recente, por nós encomendado, abrange cerca de 80% dos empregos de todo o sector florestal e de 88% de todas as empresas. Mas tudo isto está em grande risco de desaparecer devido aos últimos anos de fortes incêndios em Portugal. O sobreiro é resistente ao fogo. O eucalipto volta a rebentar. Mas em relação ao pinheiro, mais de 50% perde-se com o incêndio. A área de pinhal em Portugal estará no nível mais baixo de sempre.
Quais são os números atuais?
Há cerca de 25 anos, tínhamos uma área de pinhal de cerca de 1,2 milhões de hectares. Antes do censo de 2017, com dados preliminares de 2013, os indicadores apontavam que o pinhal tinha decrescido para 714 mil hectares. O pinhal era a terceira maior área florestal em Portugal, a seguir aos eucaliptos e aos sobreiros. Mas com os incêndios dos últimos anos, a área de pinhal em Portugal deverá ter decrescido ainda mais.
Artigo publicado na edição semanal do Jornal Económico. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor