É um daqueles milhares de contribuintes que recebeu uma notificação para pagar uma multa do Via CTT, a caixa postal eletrónica gratuita que permite receber alertas das Finanças em formato digital? Se sim, continue a ler estes conselhos. Se não, continue também e veja como se poderá proteger (a si e à sua carteira).
Na terça feira, as Finanças suspenderam a cobrança de coimas aos trabalhadores independentes e às empresas que não estão inscritos na Via CTT. Em comunicado, o Ministério das Finanças adiantou que “a Autoridade Tributária comunicou aos serviços que devia ser suspensa a tramitação de todos os processos de contraordenação instaurados por falta de comunicação à AT da adesão à Caixa Postal Eletrónica, conforme previsto no n.º 12 do artigo 19.º da Lei Geral Tributária”.
No dia seguinte, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) alertou os portugueses para o facto de as coimas oriundas dessa não inscrição estarem suspensas mas não canceladas: “O anúncio representa uma suspensão dos processos, e não o seu cancelamento. Além disso, os contribuintes visados ainda não foram notificados sobre esta decisão”.
“O nosso conselho para quem recebeu a coima é pedir dispensa do pagamento. Só assim poderá provar que formalizou o pedido (…). Os contribuintes que, entretanto, já pagaram a coima, devem pedir a devolução do dinheiro e aderir à ViaCTT. O pedido deve ser feito através de reclamação graciosa”, assinala a mesma associação.
Como pedir a dispensa da multa?
- Após receber a missiva, tem 10 dias para pagar ou para apresentar defesa por escrito ou oral na repartição das Finanças em que se insere
- Não existe minuta para tal, basta que redija a carta com os dados necessários – destinatário (chefe da repartição das Finanças), nome do autor, número de contribuinte… – os argumentos de defesa para contraordenação
- Se for esse o caso, tem de demonstrar que não tinha conhecimento da obrigação
Em causa está o facto de o programa “Contas Poupança“, emitido pela SIC, ter recebido dezenas de milhares de mensagens de leitores e espectadores, (trabalhadores independentes, que pagam IRC e IVA) a informar que estavam a receber cartas com notificações de coimas que variavam entre os 50 euros e os 250 euros por não se terem inscrito na plataforma.