Angola está a exportar menos petróleo, mas o valor da matéria-primeira que sai do país manteve-se graças à subida dos preços a nível global. Em junho, a produção de petróleo angolano para o exterior recuou 2,2%, mantendo a tendência de queda iniciada no final do ano passado.
“A exportação de petróleo totalizou 1,58 milhões de barris diários (mbd) em junho, uma quebra homóloga de 2,2%”, explicam os analistas do BPI, numa nota de research semanal. “Apesar desta quebra, que se tem sentido desde o final de 2017, a subida dos preços está a compensar esse efeito: o preço por barril exportado fixou-se em 75,2 dólares”.
Angola vive desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial devido à forte quebra nas receitas petrolíferas. O preço do barril exportado tombou de mais de cem dólares para 36 dólares por barril no primeiro semestre de 2016.
No ano passado, as vendas de petróleo angolano regressaram acima dos 50 dólares por barril no mercado internacional e, em maio deste ano, ultrapassaram os 70 dólares.
O país, que é o segundo maior produtor de África atrás da Nigéria, tem incentivado o investimento petrolífero. Em maio, Angola aprovou novas regras legislativas para a exploração de petróleo para facilitar a entrada de novos investimentos no setor.
As alterações focam-se nas condições fiscais para a exploração dos campos marginais de petróleo, tornando mais flexível o critério para que um campo seja considerado marginal. Permite-se também a exploração e integração de novas descobertas adjacentes às áreas originais de concessão petrolífera.