A Assembleia Legislativa da Madeira vai instalar uma comissão de inquérito à TAP devido ao cancelamento de voos esta quarta-feira numa postura que volta a colocar a companhia aérea no centro do debate político na região autónoma depois das críticas lançadas nas últimas semanas ao comportamento da empresa relativamente à Madeira.
Já é bem conhecido o tom de crispação existente entre o Governo Regional, a TAP, e os restantes partidos que compõem a Assembleia Regional, relativamente à postura da companhia aérea perante a região.
O tom do debate promete ser elevado tendo em que conta que o parlamento regional, através da bancada do PSD, volta a colocar a TAP no centro do debate, com a instalação a partir desta quarta-feira de uma comissão de inquérito para analisar os cancelamentos de voos da companhia aérea.
Entre as causas que justificam esta comissão dizem os sociais democratas está a necessidade de se “efectuar uma análise à política de gestão da TAP em relação à Madeira e aos madeirenses”.
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, já tinha afirmado que desde o início do ano já foram cancelados 72 voos para a Madeira e que essa situação já afectou 11 mil passageiros e que se esta situação se mantivesse iria trazer “danos irreversíveis para a economia”.
“Esta atitude está a destruir a nossa economia. Temos de combater estas situações. Isto é inadmissível num país como o nosso. A República e o ministro do Planeamento não estão a fazer nada sobre este assunto”, denunciou.
Mas nestas críticas o governante não está só. O CDS-PP Madeira já tinha apelado ao executivo madeirense para criar um plano que atraísse mais uma companhia aérea para a Região. Os centristas classificaram os cancelamentos da TAP como sendo “uma vergonha” e que era preciso colocar “um fim à maneira como a TAP está a tratar a Madeira”.
A TAP chegou a lamentar os cancelamentos registados na noite de 25 de junho (um dos dias em que se verificaram cancelamentos de voos para a Região Autónoma) na Madeira e no Porto, enumerando “contingências imponderáveis”, como mau tempo, obras e greve.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, já tinha dito que a TAP estava a “sofrer dores de crescimento” e está a responder a ineficiências operacionais.
De referir que o executivo madeirense já tinha anunciado a sua intenção de colocar a TAP em tribunal devido aos prejuízos que tem causado à economia regional.
Este aliás é um dos temas abordados na edição de julho, do Económico Madeira, que pode ser consultada aqui, onde a oposição apoia o executivo nesta intenção de processar a TAP.